Em um mundo de distrações, Heartfulness ensina a voltar para si

Em meio à superexposição digital, prática propõe uma pausa para restabelecer o equilíbrio
Na era dos likes, stories e notificações, uma ansiedade silenciosa tem tomado conta de muita gente: o FOMO, sigla em inglês para Fear of Missing Out — ou, em português, o medo de ficar de fora. Trata-se daquela sensação incômoda de que todo mundo está se divertindo mais, vivendo melhor e realizando mais, a não ser você.
Alimentado diariamente por redes sociais e aplicativos de mensagem, esse sentimento transforma a vida do outro — editada, filtrada e cheia de “momentos perfeitos” — em um espelho distorcido, causando dúvidas sobre nossa própria jornada.
O resultado? Ansiedade, comparação constante, insônia, autoestima em queda e uma dependência cada vez maior das telas.
Mas e se a saída não estiver lá fora, no próximo clique ou atualização de feed, e sim dentro de cada um? Essa é a proposta da Meditação Heartfulness: prática simples, silenciosa e poderosa, que ensina a reconectar com a própria essência. Com a técnica da Transmissão é possível cultivar um contentamento real — aquele que não depende de curtidas nem de validação externa.
Além de enfrentar o FOMO, essa conexão interior também ajuda a proteger o corpo e a mente de outros efeitos colaterais do mundo digital. A exposição constante à radiação de celulares, Wi-Fi e outros dispositivos eletrônicos já levanta alertas de especialistas e da própria Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica esses campos eletromagnéticos como “possivelmente cancerígenos”.
Heartfulness ainda sugere atitudes simples para recuperar o equilíbrio, como desligar o Wi-Fi à noite, manter o celular longe do corpo e evitar telas antes de dormir.
A tecnologia é uma aliada poderosa, mas, usada sem equilíbrio, pode se tornar uma armadilha invisível.
Vale a reflexão de Kamlesh Patel, o Daaji: “Hoje, olhamos para os antigos romanos e nos perguntamos por que eles foram tão tolos a ponto de usar utensílios de chumbo para cozinhar, resultando em envenenamento por chumbo. Olhamos para o século XX e nos perguntamos por que tantas pessoas fumavam cigarros. Será que as pessoas do século XXI nos olharão com a mesma descrença em nosso uso desenfreado e desregulado das tecnologias digitais?”.